Meditar é observar seu estado mental. Quando você se observa, sua mente para ou você se vê, e vê sua "identidade" aquele amontoado de pensamentos que você acha que é você.
Igual dizia ANTAR MOUNA, uma linha de yoga:
- Consiste na observação do ir e vir dos pensamentos, pode-se dizer que uma verdadeira catarse. Os passos para praticá-la consistem em ficar em manter-se como um Observador dos próprios pensamentos, olhando-os com isenção como se eles não fizessem parte de você.
Não se deve julgar ou interagir com as imagens e sons surgidos, quem medita deve manter uma postura completamente passiva e serena em relação ao fluxo de tudo que for surgindo na mente.
A meta dessa meditação é aprender a discernir o Observador, seu Eu real, do amontoado de pensamentos que formam a nossa consciência do ego (ahamkara, consciência do "eu sou isto").
A prática desta técnica tem uma clara influência do Vedanta pois seu praticante identifica-se gradativamente com Brahmam (Deus em seu aspecto Absoluto, impessoal e livre de todos os conceitos) enquanto percebe o ego, aquele que pensa, como Ilusão.
Uma outra dica útil para a prática é: toda vez que vier uma forte identificação entre a pessoa e seus pensamentos deve-se fazer a seguinte afirmação - Eu sou o Observador, não o pensamento (coisa observada)- e ancorar novamente a consciência na observação silenciosa do pensamento.
Iluminar a consciência
Um lugar para lembrarmos de quem realmente somos.
sexta-feira, 4 de março de 2011
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
A ação correta
A presença é um estado de grande amplitude interna. Quando estamos
presentes, perguntamos: "Como devo responder às necessidades desta
situação, deste momento?" Na verdade, nem sequer precisamos fazer essa
pergunta. Estamos em silêncio, atentos, abertos ao que é. Trazemos uma nova
dimensão à situação: espaço. Então observamos e escutamos. Assim nos
tornamos um com a situação. Sempre que, em vez de reagirmos a uma
circunstância, nos fundimos a ela, a solução surge da própria circunstância. Na
verdade, não somos nós, a pessoa, que estamos olhando e escutando, mas o
silêncio alerta em si. Então, se a ação é possível ou necessária, a executamos
ou, mais exatamente, a ação correta acontece por nosso intermédio. A ação
correta é aquela que é adequada para o todo. Quando ela é consumada, o
silêncio alerta e amplo permanece. Ninguém levanta os braços num gesto de
triunfo gritando um desafiador "É isso aí!" nem dizendo "Olhem, eu
consegui".
Toda criatividade surge da amplitude interior. Depois que a criação
acontece e alguma coisa toma forma, precisamos ficar vigilantes para que as
noções de "eu" e "meu" não apareçam. Se nos atribuirmos o crédito pelo que
conseguimos fazer, é porque o ego está de volta e o amplo espaço tornou-se
obscurecido.
presentes, perguntamos: "Como devo responder às necessidades desta
situação, deste momento?" Na verdade, nem sequer precisamos fazer essa
pergunta. Estamos em silêncio, atentos, abertos ao que é. Trazemos uma nova
dimensão à situação: espaço. Então observamos e escutamos. Assim nos
tornamos um com a situação. Sempre que, em vez de reagirmos a uma
circunstância, nos fundimos a ela, a solução surge da própria circunstância. Na
verdade, não somos nós, a pessoa, que estamos olhando e escutando, mas o
silêncio alerta em si. Então, se a ação é possível ou necessária, a executamos
ou, mais exatamente, a ação correta acontece por nosso intermédio. A ação
correta é aquela que é adequada para o todo. Quando ela é consumada, o
silêncio alerta e amplo permanece. Ninguém levanta os braços num gesto de
triunfo gritando um desafiador "É isso aí!" nem dizendo "Olhem, eu
consegui".
Toda criatividade surge da amplitude interior. Depois que a criação
acontece e alguma coisa toma forma, precisamos ficar vigilantes para que as
noções de "eu" e "meu" não apareçam. Se nos atribuirmos o crédito pelo que
conseguimos fazer, é porque o ego está de volta e o amplo espaço tornou-se
obscurecido.
sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011
Benefícios da coluna extremamente ereta
É verdade o que os iogues tanto insistem com os seus alunos: deixem suas colunas extremamente retas antes de querer meditar. Fixar sua atenção em deixar sua coluna extremamente ereta aquieta a mente, a respiração, os desejos, ansiedades e por ai vai. É comprovado na ioga que ter uma coluna extremamente reta faz circular o prana ou chi.
Para quem quiser fazer exercicios de correção postural, exemplos são Pilates, Natação, Ioga, Tai Chi Chuan e RPG. Faça sempre com um profissional.
Para quem quiser fazer exercicios de correção postural, exemplos são Pilates, Natação, Ioga, Tai Chi Chuan e RPG. Faça sempre com um profissional.
domingo, 30 de janeiro de 2011
O poder da respiração
O ar é o segredo. Com o ar você entra em contato com o corpo e a paz interior do mesmo. Mas não é de qualquer jeito que se respira.
Quando nascemos estávamos acostumados a respirar usando o abdômen, e desaprendemos isso e passamos a respirar com o tórax. Com isso a respiração ficou ofegante, tensa, curta e prejudicial para nós mesmos. Devemos aprender de novo a respirar com o abdômen. Mas não tente controlar a respiração, a respiração é uma energia e a energia não pode ser controlada, apenas conduzida. Se quiser controlar ela, terá efeitos colaterais e eu não recomendo isso.
Deite-se ou sente-se em posição confortável, acompanhe a respiração e conduza-a para a região perto do umbigo. Não mude o ritmo dela, apenas a conduza. Você sentirá imediatamente todas as suas tensões se dissolvendo, assim como o barulho da mente sendo deixado de lado. Você perceberá que tem muito mais alto controle. Faça isso por poucos minutos. Com mais prática, você conseguirá conduzí-la por todo o seu corpo. Quando isso acontecer, fique o dia todo assim, conduzindo a sua calma respiração pelo corpo mesmo quando tiver fazendo algo ou precisar de usar a mente. Segundo os budistas, quando se faz isso, você se torna iluminado.
Quando nascemos estávamos acostumados a respirar usando o abdômen, e desaprendemos isso e passamos a respirar com o tórax. Com isso a respiração ficou ofegante, tensa, curta e prejudicial para nós mesmos. Devemos aprender de novo a respirar com o abdômen. Mas não tente controlar a respiração, a respiração é uma energia e a energia não pode ser controlada, apenas conduzida. Se quiser controlar ela, terá efeitos colaterais e eu não recomendo isso.
Deite-se ou sente-se em posição confortável, acompanhe a respiração e conduza-a para a região perto do umbigo. Não mude o ritmo dela, apenas a conduza. Você sentirá imediatamente todas as suas tensões se dissolvendo, assim como o barulho da mente sendo deixado de lado. Você perceberá que tem muito mais alto controle. Faça isso por poucos minutos. Com mais prática, você conseguirá conduzí-la por todo o seu corpo. Quando isso acontecer, fique o dia todo assim, conduzindo a sua calma respiração pelo corpo mesmo quando tiver fazendo algo ou precisar de usar a mente. Segundo os budistas, quando se faz isso, você se torna iluminado.
quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
O poder da observação
Se tem uma coisa que a mente não faz é observar. Ela repudia isso. Não há algo mais desinteressante do que a arte de observar. Porque observar só existe no agora, mesmo se observar algo que pensa no passado ou no futuro, é agora que isso acontece.
Mas a observação tem um poder incrível de tirar a energia que a mente suga para ela mesma manter o seu domínio sobre nós mesmos, e sim que nosso verdadeiro eu interior surja.
Mesmo estando no agora, os pensamentos ainda surgem, MAS agora você observa eles e não identifica-se com eles. Quando você faz isso, qualquer tipo de pensamento sair correndo da luz de sua presença igual um gatinho com medo da chuva. Ai a mente manda um pensamento, e de novo ele sai correndo. Quando te der aquela vontade de rir de um pensamento, pronto, a sua consciência está emergindo das cinzas criada pela mente. Porque essa sujeira não vive sob a luz da consciência. Não tem como uma pessoa consciênte ser infeliz, ter pensamentos compulsivos e atitudes compulsivas, ou ter doenças ou qualquer outra coisa que é caracteristica do dominio da mente.
Observar o que acontece agora é um poderoso exercício para fugir das mazelas de ser dominado pela mente.
Mas a observação tem um poder incrível de tirar a energia que a mente suga para ela mesma manter o seu domínio sobre nós mesmos, e sim que nosso verdadeiro eu interior surja.
Mesmo estando no agora, os pensamentos ainda surgem, MAS agora você observa eles e não identifica-se com eles. Quando você faz isso, qualquer tipo de pensamento sair correndo da luz de sua presença igual um gatinho com medo da chuva. Ai a mente manda um pensamento, e de novo ele sai correndo. Quando te der aquela vontade de rir de um pensamento, pronto, a sua consciência está emergindo das cinzas criada pela mente. Porque essa sujeira não vive sob a luz da consciência. Não tem como uma pessoa consciênte ser infeliz, ter pensamentos compulsivos e atitudes compulsivas, ou ter doenças ou qualquer outra coisa que é caracteristica do dominio da mente.
Observar o que acontece agora é um poderoso exercício para fugir das mazelas de ser dominado pela mente.
O que nos faz não ser iluminados?
Identificar-se com a mente, o que faz com que estejamos sempre pensando em alguma coisa. Ser incapaz
de parar de pensar é uma aflição terrível, mas ninguém percebe porque quase todos nós sofremos disso e, então,
consideramos uma coisa normal. O ruído mental incessante nos impede de encontrar a área de serenidade
interior, que é inseparável do Ser. Isso faz com que a mente crie um falso eu interior que projeta uma sombra de
medo e sofrimento sobre nós. Examinaremos esses pontos detalhadamente, mais adiante.
O filósofo Descartes acreditava ter alcançado a verdade mais fundamental quando proferiu sua conhecida
máxima: “Penso, logo existo”. Cometeu, no entanto, um erro básico ao equiparar o pensar ao Ser e a identidade
ao pensamento. O pensador compulsivo, ou seja, quase todas as pessoas, vive em um estado de aparente
isolamento, em um mundo povoado de conflitos e problemas. Um mundo que reflete a fragmentação da mente
em uma escala cada vez maior. A iluminação é um estado de plenitude, de estar “em unidade” e, portanto, em
paz. Em unidade tanto com o universo quanto com o eu interior mais profundo, ou seja, o Ser. A iluminação é o
fim não só do sofrimento e dos conflitos internos e externos permanentes, mas também da aterrorizante
escravidão do pensamento. Que maravilhosa libertação!
Se nos identificamos com a mente, criamos uma tela opaca de conceitos, rótulos, imagens, palavras,
julgamentos e definições que bloqueia todas as relações verdadeiras. Essa tela se situa entre você e o seu eu
interior, entre você e o próximo, entre você e a natureza, entre você e Deus. E essa tela de pensamentos que cria
uma ilusão de separação, uma ilusão de que existe você e um “outro” totalmente à parte. Esquecemos o fato
essencial de que, debaixo do nível das aparências físicas, formamos uma unidade com tudo aquilo que é. Por
“esquecermos” quero dizer que não sentimos mais essa unidade como uma realidade evidente por si só. Podemos até acreditar que isso seja uma verdade, mas não mais a reconhecemos como verdade. Acreditar pode
até trazer conforto. No entanto, a libertação só pode vir através da vivência pessoal.
Pensar se tornou uma doença. A doença acontece quando as coisas se desequilibram. Por exemplo, não há
nada de errado com a divisão e a multiplicação das células no corpo humano. Mas, quando esse processo
acontece sem levar em conta o organismo como um todo, as células se proliferam e temos a doença.
Se for usada corretamente, a mente é um instrumento magnífico. Entretanto, quando a usamos de forma
errada, ela se torna destrutiva. Para ser ainda mais preciso, não é você que usa a sua mente de forma errada. Em
geral, você simplesmente não usa a mente. É ela que usa você. Essa é a doença. Você acredita que é a sua
mente. Eis aí o delírio. O instrumento se apossou de você.
Não concordo muito com isso. É verdade que penso muito sem um objetivo definido, como a maioria das
pessoas, mas ainda posso escolher como usar a minha mente para ter e conseguir coisas, e faço isso o tempo
todo.
Só porque podemos resolver palavras cruzadas ou construir uma bomba atômica não significa que
estejamos usando a mente. Assim como os cães adoram mastigar ossos, a mente adora transformar dificuldades
em problemas. É por isso que ela resolve palavras cruzadas e constrói bombas atômicas. Mas essas coisas não
interessam a você. Pergunto então: você consegue se livrar da sua mente quando quer? Já encontrou o botão que
a “desliga”?
A idéia é parar de pensar completamente? Não, não consigo, a não ser por um ou dois segundos.
Então, é porque a mente está usando você. Estamos tão identificados com ela que nem percebemos que
somos seus escravos. É quase como se algo nos dominasse sem termos consciência disso e passássemos a viver
como se fôssemos a entidade dominadora. A liberdade começa quando percebemos que não somos a entidade
dominadora, o pensador. Saber disso nos permite observar a entidade. No momento em que começamos a
observar o pensador, ativamos um nível mais alto de consciência. Começamos a perceber, então, que existe
uma vasta área de inteligência além do pensamento, e que este é apenas um aspecto diminuto da inteligência.
Percebemos também que todas as coisas realmente importantes como a beleza, o amor, a criatividade, a alegria e
a paz interior surgem de um ponto além da mente. É quando começamos a acordar. Eckhart Tolle
de parar de pensar é uma aflição terrível, mas ninguém percebe porque quase todos nós sofremos disso e, então,
consideramos uma coisa normal. O ruído mental incessante nos impede de encontrar a área de serenidade
interior, que é inseparável do Ser. Isso faz com que a mente crie um falso eu interior que projeta uma sombra de
medo e sofrimento sobre nós. Examinaremos esses pontos detalhadamente, mais adiante.
O filósofo Descartes acreditava ter alcançado a verdade mais fundamental quando proferiu sua conhecida
máxima: “Penso, logo existo”. Cometeu, no entanto, um erro básico ao equiparar o pensar ao Ser e a identidade
ao pensamento. O pensador compulsivo, ou seja, quase todas as pessoas, vive em um estado de aparente
isolamento, em um mundo povoado de conflitos e problemas. Um mundo que reflete a fragmentação da mente
em uma escala cada vez maior. A iluminação é um estado de plenitude, de estar “em unidade” e, portanto, em
paz. Em unidade tanto com o universo quanto com o eu interior mais profundo, ou seja, o Ser. A iluminação é o
fim não só do sofrimento e dos conflitos internos e externos permanentes, mas também da aterrorizante
escravidão do pensamento. Que maravilhosa libertação!
Se nos identificamos com a mente, criamos uma tela opaca de conceitos, rótulos, imagens, palavras,
julgamentos e definições que bloqueia todas as relações verdadeiras. Essa tela se situa entre você e o seu eu
interior, entre você e o próximo, entre você e a natureza, entre você e Deus. E essa tela de pensamentos que cria
uma ilusão de separação, uma ilusão de que existe você e um “outro” totalmente à parte. Esquecemos o fato
essencial de que, debaixo do nível das aparências físicas, formamos uma unidade com tudo aquilo que é. Por
“esquecermos” quero dizer que não sentimos mais essa unidade como uma realidade evidente por si só. Podemos até acreditar que isso seja uma verdade, mas não mais a reconhecemos como verdade. Acreditar pode
até trazer conforto. No entanto, a libertação só pode vir através da vivência pessoal.
Pensar se tornou uma doença. A doença acontece quando as coisas se desequilibram. Por exemplo, não há
nada de errado com a divisão e a multiplicação das células no corpo humano. Mas, quando esse processo
acontece sem levar em conta o organismo como um todo, as células se proliferam e temos a doença.
Se for usada corretamente, a mente é um instrumento magnífico. Entretanto, quando a usamos de forma
errada, ela se torna destrutiva. Para ser ainda mais preciso, não é você que usa a sua mente de forma errada. Em
geral, você simplesmente não usa a mente. É ela que usa você. Essa é a doença. Você acredita que é a sua
mente. Eis aí o delírio. O instrumento se apossou de você.
Não concordo muito com isso. É verdade que penso muito sem um objetivo definido, como a maioria das
pessoas, mas ainda posso escolher como usar a minha mente para ter e conseguir coisas, e faço isso o tempo
todo.
Só porque podemos resolver palavras cruzadas ou construir uma bomba atômica não significa que
estejamos usando a mente. Assim como os cães adoram mastigar ossos, a mente adora transformar dificuldades
em problemas. É por isso que ela resolve palavras cruzadas e constrói bombas atômicas. Mas essas coisas não
interessam a você. Pergunto então: você consegue se livrar da sua mente quando quer? Já encontrou o botão que
a “desliga”?
A idéia é parar de pensar completamente? Não, não consigo, a não ser por um ou dois segundos.
Então, é porque a mente está usando você. Estamos tão identificados com ela que nem percebemos que
somos seus escravos. É quase como se algo nos dominasse sem termos consciência disso e passássemos a viver
como se fôssemos a entidade dominadora. A liberdade começa quando percebemos que não somos a entidade
dominadora, o pensador. Saber disso nos permite observar a entidade. No momento em que começamos a
observar o pensador, ativamos um nível mais alto de consciência. Começamos a perceber, então, que existe
uma vasta área de inteligência além do pensamento, e que este é apenas um aspecto diminuto da inteligência.
Percebemos também que todas as coisas realmente importantes como a beleza, o amor, a criatividade, a alegria e
a paz interior surgem de um ponto além da mente. É quando começamos a acordar. Eckhart Tolle
O que é iluminação?
Por mais de trinta anos um mendigo ficou sentado no mesmo lugar, debaixo de uma marquise. Até que
um dia, uma conversa com um estranho mudou sua vida:
– Tem um trocadinho aí pra mim, moço? – murmurou, estendendo mecanicamente seu velho boné.
– Não, não tenho – disse o estranho. – O que tem nesse baú debaixo de você?
– Nada, isso aqui é só uma caixa velha. Já nem sei há quanto tempo sento em cima dela.
– Nunca olhou o que tem dentro? – perguntou o estranho.
– Não – respondeu. – Para quê? Não tem nada aqui, não!
– Dá uma olhada dentro – insistiu o estranho, antes de ir embora.
– O mendigo resolveu abrir a caixa. Teve que fazer força para levantar a tampa e mal conseguiu acreditar
ao ver que o velho caixote estava cheio de ouro.
Eu sou o estranho sem nada para dar, que está lhe dizendo para olhar para dentro. Não de uma caixa, mas
sim de você mesmo. Imagino que você esteja pensando indignado: “Mas eu não sou, um mendigo!”
Infelizmente, todos que ainda não encontraram a verdadeira riqueza – a radiante alegria do Ser e uma paz:
inabalável – são mendigos, mesmo que possuam bens e riqueza material. Buscam, do lado de fora, migalhas de
prazer, aprovação, segurança ou amor, embora tenham um tesouro guardado dentro de si, que não só contém
tudo isso, como é infinitamente maior do que qualquer coisa oferecida pelo mundo.
A palavra iluminação transmite a idéia de uma conquista sobre-humana – e isso agrada ao ego –, mas é
simplesmente o estado natural de sentir-se em unidade com o Ser. É um estado de conexão com algo
imensurável e indestrutível. Pode parecer um paradoxo, mas esse “algo” é essencialmente você e, ao mesmo
tempo, é muito maior do que você. A iluminação consiste em encontrar a verdadeira natureza por trás do nome e
da forma. A incapacidade de sentir essa conexão dá origem a uma ilusão de separação, tanto de você mesmo
quanto do mundo ao redor. Quando você se percebe, consciente ou inconscientemente, como um fragmento
isolado, o medo e os conflitos internos e externos tomam conta da sua vida.
Adoro a definição simples de Buda para a iluminação: “É o fim do sofrimento”. Não há nada de sobre-
humano nisso, não é mesmo? Claro que não é uma definição completa. Ela apenas nos diz o que a iluminação
não é: não é sofrimento. Mas o que resta quando não há mais sofrimento? Buda silencia a respeito, e esse
silêncio implica que teremos de encontrar a resposta por nós mesmos. Como ele emprega uma definição
negativa, a mente não consegue entendê-la como uma crença, ou como uma conquista sobre-humana, um
objetivo difícil de alcançar. Apesar disso, a maioria dos budistas ainda acredita que a iluminação é algo apenas
para Buda e não para eles próprios, pelo menos, não nesta vida. Eckhart Tolle
um dia, uma conversa com um estranho mudou sua vida:
– Tem um trocadinho aí pra mim, moço? – murmurou, estendendo mecanicamente seu velho boné.
– Não, não tenho – disse o estranho. – O que tem nesse baú debaixo de você?
– Nada, isso aqui é só uma caixa velha. Já nem sei há quanto tempo sento em cima dela.
– Nunca olhou o que tem dentro? – perguntou o estranho.
– Não – respondeu. – Para quê? Não tem nada aqui, não!
– Dá uma olhada dentro – insistiu o estranho, antes de ir embora.
– O mendigo resolveu abrir a caixa. Teve que fazer força para levantar a tampa e mal conseguiu acreditar
ao ver que o velho caixote estava cheio de ouro.
Eu sou o estranho sem nada para dar, que está lhe dizendo para olhar para dentro. Não de uma caixa, mas
sim de você mesmo. Imagino que você esteja pensando indignado: “Mas eu não sou, um mendigo!”
Infelizmente, todos que ainda não encontraram a verdadeira riqueza – a radiante alegria do Ser e uma paz:
inabalável – são mendigos, mesmo que possuam bens e riqueza material. Buscam, do lado de fora, migalhas de
prazer, aprovação, segurança ou amor, embora tenham um tesouro guardado dentro de si, que não só contém
tudo isso, como é infinitamente maior do que qualquer coisa oferecida pelo mundo.
A palavra iluminação transmite a idéia de uma conquista sobre-humana – e isso agrada ao ego –, mas é
simplesmente o estado natural de sentir-se em unidade com o Ser. É um estado de conexão com algo
imensurável e indestrutível. Pode parecer um paradoxo, mas esse “algo” é essencialmente você e, ao mesmo
tempo, é muito maior do que você. A iluminação consiste em encontrar a verdadeira natureza por trás do nome e
da forma. A incapacidade de sentir essa conexão dá origem a uma ilusão de separação, tanto de você mesmo
quanto do mundo ao redor. Quando você se percebe, consciente ou inconscientemente, como um fragmento
isolado, o medo e os conflitos internos e externos tomam conta da sua vida.
Adoro a definição simples de Buda para a iluminação: “É o fim do sofrimento”. Não há nada de sobre-
humano nisso, não é mesmo? Claro que não é uma definição completa. Ela apenas nos diz o que a iluminação
não é: não é sofrimento. Mas o que resta quando não há mais sofrimento? Buda silencia a respeito, e esse
silêncio implica que teremos de encontrar a resposta por nós mesmos. Como ele emprega uma definição
negativa, a mente não consegue entendê-la como uma crença, ou como uma conquista sobre-humana, um
objetivo difícil de alcançar. Apesar disso, a maioria dos budistas ainda acredita que a iluminação é algo apenas
para Buda e não para eles próprios, pelo menos, não nesta vida. Eckhart Tolle
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